Mata da Agrária quer ser exemplo de boas práticas
A Mata da ESAC, incluída na Rede Municipal de Microrreservas de Coimbra, foi recentemente alvo de algumas intervenções, primeiramente por uma equipa de Sapadores Florestais de Montemor-o-Velho e ultimamente por estudantes da Escola. O objetivo foi um único: o restauro florestal desta área, a manutenção do ecossistema e a prevenção de incêndios.
A equipa de sapadores florestais (SF 10-162) realizou a sua intervenção no final do passado mês de janeiro, através de serviço público prestado em coordenação com o Instituto da Conservação da Natureza. Os trabalhos realizados, sob orientação do professor da ESAC, Joaquim Sande Silva, foram no sentido de tentar proteger todas as espécies arbóreas nativas e remover a biomassa abaixo das copas, nomeadamente mato, lianas e ramos secos, numa área de um hectare. Foi um trabalho meticuloso, diferente do que é habitualmente feito nas limpezas de matas, em que se arrasa tudo e, passados poucos anos, obriga a que seja necessário repetirem-se as operações. A estratégia foi privilegiar a sombra, de modo a impedir que o mato volte a crescer, conseguindo-se assim uma gestão muito mais eficaz da área florestal em causa.
Os estudantes da ESAC, liderados pelo Núcleo Florestal da Associação de Estudantes, numa atividade incluída na Semana dos Cursos, propuseram-se a dar continuidade à intervenção dos sapadores florestais, e procederam à rearborização da mata, nos locais onde ficaram clareiras abertas, que antes estavam invadidos e dominados por silvas. Nestes espaços foram plantados 20 pinheiros mansos e 20 medronheiros, tendo os estudantes aplicado no terreno o que aprendem nas salas de aula.
Mas os trabalhos levados a cabo na mata da ESAC não se ficaram pela plantação de árvores. Foi igualmente encetada uma ação de luta contra as espécies invasoras, com incidência nalgumas acácias que conseguiram vingar e recolhido o lixo que tinha sido encontrado e reunido pelos sapadores florestais e se encontrava junto à orla das parcelas intervencionadas.
Pretende-se dar continuidade a este tipo de atividades, quer através de ações de voluntariado, quer através da colaboração do ICNF, sob a supervisão do corpo docente especializado, de modo a fazer da Mata do Campus do IPC em Bencanta, um exemplo de boas práticas de gestão florestal, bem como de proteção da floresta nativa e da biodiversidade.